sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O tempo que existe em nós

O tempo está presente na nossa existência, em tudo o que fazemos, não fazemos ou deixamos de fazer. É uma variável finita, irrepetível, mas que tende para o infinito quando olhamos para os milhões de anos que passaram (austrolopitecos, dinossauros) e para a incerteza dos muitos milhões de anos que virão.
A física, o planeamento, o cálculo financeiro, os juros, os jogos olímpicos e a generalidade dos desportos e muitos outros conceitos e disciplinas, dos mais simples e rotineiros aos mais complexos, não existiriam sem a noção do tempo. A preguiça também não existiria, assim como a eficiência e a produtividade.
Na gestão das empresas, na administração e na governação, o tempo é uma variável importante, fulcral e crítica. Cada vez mais é assim. A oportunidade e a competitividade estão associados ao factor tempo, dependem da sua boa gestão.
Quando recentemente num jantar com um alto responsável de uma empresa chinesa ele me contou que um dos factores de sucesso do crescimento económico e competitividade da China é "trabalhamos rápidos", não há como não concordar e pensar em nós, o quanto lento trabalhamos.
Executar bem e em bom tempo, executar com mais qualidade e com mais rapidez, é afinal a chave da competitividade, seja no desporto, nas empresas ou no Estado. Como o mundo da globalização competitiva não está para "lesmas" e nem para o "leve-leve", melhor é irmos aprendendo a gerir bem o tempo, a começar pelos atrasos crónicos no cumprimento dos horários e passando pela valorização e reconhecimento social do tempo que cada um dedica ao trabalho. Isto aprende-se na escola (devia) e com uma comunicação social culturalmente responsável e comprometida com a mudança de atitudes e de comportamentos (devia).
Já estamos a perder tempo demais em nos orientarmos para o caminho certo e depois queremos crescer e desenvolver depressa. A crise de valores que atravessamos e que não assumimos com devida evidência, só pode ser combatida via o exercíco responsável e ético do poder político e a modulação de novos padrões de comportamentos e atitudes que formem cidadãos responsáveis, com direitos, mas também com obrigações, ao nível individual e da comunidade.