domingo, 18 de julho de 2010

A Grande Lição de Mandela

Nelson Mandela completa 92 anos. Mais de um terço da sua vida adulta foram passados em prisão. Lutou pela dignidade do Homem, contra um feroz regime de Apartheid que coartava as liberdades e os direitos civis, políticos, sociais e económicos à população não branca do seu país, a África do Sul.

O que marca a diferença em Mandela é a grande lição que ele deu em relação ao exercício do poder. Eleito Presidente da República da África do Sul, ele foi o símbolo da reconciliação; após um mandato de cinco anos, ele não se recandidatou e passou a dedicar-se a causas dos direitos humanos, da luta contra o HIV-SIDA e outras sociais, numa interpretação plena do caminho que desde cedo traçou, dizendo a celebre frase "a luta é a minha vida".

Mandela podia ter feito diferente e não fez! Como acontece em alguns países do continente africano, ele podia ter-se recandidatado a mais um mandato e promovido a alteração da Constituição para um terceiro mandato, independentemente da sua idade. Não o tentou e não o fez!

Mais do que pontes, estradas, aeroportos, habitações, que construiu ou pudesse ter construido durante o seu mandato, o que pereniza a história deste Grande Homem não são listagens de realizações, mas o carácter e o exemplo que têm um valor inestimável para a estabilidade política e para a construção e o reforço do estado de direito democrático na África do Sul.

Norman Swharzkopf escreve que "a liderança é uma poderosa combinação de estratégia e caracter. Mas se tiver de passar sem um, que seja a estratégia", ou seja, o caracter tem prevalência e determina a qualidade da estratégia. Tácito ja dizia que "os chefes são líderes mais através do exemplo do que através do poder". Para reflexão...

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